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  • Indicados de Lula são aprovados para diretoria do Banco Central


  • A diretoria do BC terá, ao todo, sete escolhidos por Lula. Antes da votação, os indicados foram sabatinados e disseram ter compromisso com o controle da inflação.

Nesta terça-feira (10), o Senado Federal aprovou três indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do Banco Central (BC).

Nilton David, Izabela Correa e Gilneu Vivan foram indicados pelo presidente Lula em novembro. Eles passaram por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pela manhã, e aprovados em plenário.

Com a aprovação dos parlamentares, os três assumem os novos cargos a partir de janeiro de 2025.

Nilton David foi aprovado no plenário com 50 votos a 3, e uma abstenção. Izabela Correa, por 48 votos a 3 e Gilneu Vivan por 53 a 3.

Eles foram sabatinados pelos senadores, antes da votação e disseram ter compromisso com o controle da inflação no Brasil.

Os economistas foram aprovados para as seguintes diretorias:

- Nilton David foi indicado para assumir a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, cargo hoje ocupado por Gabriel Galípolo, futuro presidente da autoridade financeira

- Izabela Correa foi indicada para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta

- Gilneu Vivan, se aprovado pelo plenário, assumirá o cargo de diretor de Regulação

A diretoria do BC compõe o Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado que é responsável por fixar a taxa básica de juros da economia e é composta por 9 diretores, sendo um deles, o presidente.

- Galípolo, indicado por Lula, assumirá após o fim do mandato do atual presidente do banco, Roberto Campos Neto, indicado pelo governo anterior.

Com essa aprovação dos três novos diretores, a diretoria do BC será composta por sete, todos escolhidos por Lula. Os quatro hoje no órgão são: Paulo Picchetti, Rodrigo Alves, Galípolo e Ailton Santos.

Qual é o papel do BC?

A principal atribuição dos diretores do Banco Central é o controle da inflação.

No Brasil, o BC precisa mirar no sistema de metas. A taxa básica de juros da economia, a Selic, é o principal instrumento utilizado pela instituição.

A aprovação dos novos diretores ocorre no mesmo dia que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para determinar a nova taxa básica do país.

A taxa Selic encontra-se em 11,25% ao ano, e a expectativa do mercado é de que a taxa avance para 12% ao ano no fim de 2024 e para 13,50% ao ano no fechamento de 2025.

Com a autonomia do Banco Central em 2021, na gestão Bolsonaro, o presidente e diretores do Banco Central passaram a ter mandato fixo. 

Até o fim deste ano, a diretoria é composta, em sua maioria, ainda por nomes escolhidos por Bolsonaro.

Perfil dos futuros diretores

- Gilneu Francisco Astolfi Vivan

Possui quase 30 anos de atuação no Banco Central, Gilneu Francisco Astolfi Vivan atualmente chefia o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor).

Mestre em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) e bacharel pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Vivan desempenhou papéis-chave em áreas sensíveis do sistema financeiro nacional, como o monitoramento de riscos sistêmicos.

Internacionalmente, representou o Brasil em grupos como o Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board, contribuindo para a análise de ameaças globais ao sistema financeiro.

- Izabela Moreira Correa

É servidora de carreira do Banco Central desde 2006, Izabela Moreira Correa tem um sólido histórico na administração pública. Atualmente, é Secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União (CGU).

Com doutorado em Governo pela London School of Economics and Political Science (LSE), Izabela foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford.

É mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduada em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro.

- Nilton José Schneider David

Possui carreira no mercado financeiro, Nilton José Schneider David é chefe de Operações Tesouraria do Bradesco, cargo em que atua na gestão de ativos e passivos de uma das maiores instituições financeiras do país.

Engenheiro de Produção pela Universidade de São Paulo (USP), Nilton acumulou experiência em instituições no Brasil e no exterior, reforçando sua capacidade de diálogo com o setor privado.